Conflitos são inerentes a qualquer relação profissional. Sejam quais forem os motivos, quando há pessoas trabalhando em conjunto, eles ocorrerão. O gestor hábil deve identificar as situações e tomar as medidas corretas para que as equipes possam se integrar e trabalhar em conjunto para gerar resultados para a empresa, que é o que importa, acima de tudo.
Quanto maiores as mudanças e mais novo o mercado, maiores são as possibilidades de conflito. Isso porque as atividades, muitas vezes, não estão bem definidas ou há grande ignorância dos gestores a respeito das mesmas. E marketing digital é um desses mercados.
Hodgson, em Thinking on your feet in Negotiations (1996), define três formas de disputas:
A confusão entre conflito e concorrência acaba jogando, umas contra as outras, equipes que deveriam atuar em conjunto para a solução dos problemas, gerando desperdício, perda de tempo e, até mesmo, queda de receita das empresas envolvidas. Em casos mais graves, alimentam disputas judiciais.
Exemplificando:
Quando o gestor tem pleno conhecimento do trabalho que deve ser executado, não há maiores problemas. Este é capaz de identificar corretamente o tempo e custo de cada tarefa e quais são as responsabilidades envolvidas.
No entanto, situações de conflito surgem, especificamente, quando o gestor não tem conhecimento aprofundado sobre o tipo de serviço que precisa administrar (não tendo ideia precisa do tempo, custo e responsabilidades de cada parte). Casos assim são um convite para o abuso por parte de fornecedores que não atuam de forma ética e se aproveitam da situação para criar problemas com outros profissionais, ganhar mais e ter mais prazo para entregar suas tarefas.
O gestor precisa ser hábil para identificar os conflitos que estão ocorrendo e analisar friamente o problema, separando as pessoas envolvidas dos mesmos, sendo sempre imparcial. Deve ficar atento a toda atividade que não esteja sendo desenvolvida a contento e ouvir o que cada parte tem a dizer, além de saber identificar situações de interdependência.
Deve-se evitar o embate do gestor com sua agência ou seu departamento de TI, Marketing ou vendas interno ou a criação de situações tensas e de disputa entre eles. Parte-se do princípio de que todas as partes querem resolver o problema e pode haver uma visão diferente entre elas e que pode haver necessidade de alocação de tempo e/ou recursos que não estavam, inicialmente, previstos, ou mesmo que a solução do problema dependa, ainda, da intervenção de um terceiro.
O gestor deve evitar tecer ou repassar comentários negativos feitos por cada parte, devendo se limitar a cobrar a maneira correta, na visão do profissional ou empresa, de resolver a situação que causou conflito. Deve manter a calma e se dirigir a cada um de maneira polida e profissional, evitando broncas que podem deixar os profissionais envolvidos em uma postura defensiva. E jamais deve estimular o conflito, jogando uma parte contra a outra.
Quando há divergências, deve-se colocar as duas equipes ou pessoas para conversar, frente a frente, cobrando delas uma solução conjunta do problema e a devida definição de tempo, valores e escopo de atividades de cada parte envolvida. Não é recomendável servir como intermediador, ouvindo as duas partes e repassando seus argumentos, pois isso tende a fazer o conflito escalar.
O ideal é que tal discussão seja feita na presença do gestor, para que este possa avaliar a dinâmica de entendimento para a resolução do problema.
Algumas vezes, a situação não se resolve colocando as partes para conversar ou a solução apresentada não é satisfatória. Deve-se avaliar o problema em questão e verificar se há limites contratuais ou quaisquer outros que impeçam a solução.
Em caso de dúvidas, convém chamar um terceiro especialista que deve atuar como árbitro da situação. O gestor deve expor a este profissional a situação existente no momento evitando pré-julgamentos.
Este profissional deve, além de ter conhecimento técnico, saber que serviços estão contratados e qual a função de cada pessoa ou empresa envolvida na situação. De preferência, deve chamar ambas as equipes para uma nova conversa, avaliar os pontos à luz de seus conhecimentos e, então, tomar sua decisão, relatando ao gestor aquilo que foi realizado de maneira incorreta e por qual motivo.
Após a resolução do conflito, o gestor pode até decidir pelo desligamento de uma ou mais partes envolvidas. No entanto, deve ficar atento aos procedimentos para que o mesmo seja realizado da maneira mais amigável possível:
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